Especial- Entrevista com James McSill, autor de Interlúdio


Pessoas, hoje trazemos novidades maravilhosas!
O Blog Entre Fatos e Livrosjunto com os blogs Literatura de Cabeça e O Escritor Maçom, foi selecionado pela editora Parênteses para fazer uma entrevista com o autor de Interlúdio, James McSill.



INTERLÚDIO, quando uma aparente história de amor é uma velada história de terror.             

Lázaro, um alegre adolescente de 17 anos, uma vida transparente e bela. Muitos sonhos, muitos planos traçados, e nenhum mistério.

 Quando o inesperado telefonema de um norte-americano, o Comandante Betts, arremessa-o ao obscuro mundo do mormonismo, onde nada é o que parece ser, Lázaro não só consegue se encontrar no lugar errado na hora errada, como envolver-se numa paixão obsessiva com a pessoa errada. Paixão esta, que vai tingir a vida de Lázaro de incontáveis desgraças por quase trinta anos e mais

Numa história que, na superfície, parece ser um conto de amor perdido e o desejo pelo reencontro, à medida que o enredo avança, você vai se deparar com o inusitado desejo de que a trama não termine com um final feliz. Quando nada é o que parece ser, as palavras ganham significados contrários.

O texto de linguagem leve e fácil leitura, leva você a um passeio por areias movediças, em que, a cada parágrafo, mesmo olhando onde pisa, você vai se afundar na realidade surreal dos dogmas fundamentalistas de uma das seitas mais poderosas do mundo e nas suas práticas secretas.

O que dizem os leitores...
  • Este livro é de uma intensidade que não nos deixa fazer mais nada a não ser ficar lendo, lendo até chegar ao final... 
  • ... quem lê não fica indiferente.
  • Sobretudo, este livro é forte como um soco na boca do estômago.
  • Todo o livro é escrito e pensado de maneira brilhante, e não se poderia esperar menos do gênio das tramas James McSill...
  • Uma trama super bem amarrada, de um mestre que entende do riscado!
  • ...história que embora fictícia é tremendamente verdadeira, do começo ao fim...
ENTREVISTA COM JAMES MCSILL

BLOG ENTRE FATOS E LIVROS

O processo de criação e a escrita são situações peculiares e muda de autor para autor. Você já teve algum bloqueio? E de onde você buscou tamanha inspiração para escrever o seu livro?

Técnica ajuda a desbloquear. No meu caso em particular, sempre trabalhei com prazos. Depois de quase 30 anos lidando com esta indústria, bloqueio nem me vem à cabeça. Repito, se o autor entender o processo e do processo, bloqueia menos.

Qual o personagem de seu livro você gostaria de ser? Você escolheria ele por se identificar mais ou por outro motivo? 

A Vanda. Como ser humano ele se parece comigo, entendo perfeitamente porque ela age como age. Eu não gostaria de ser o Dennis, pessoalmente eu o acho um fraco, ele e o verdadeiro antagonista da trama. Mas o amigo que eu gostaria de ter é o Lécio. Embora não exatamente um que se/me meta nas mesmas desventuras da história!

Segundo os Maias, 2012 virá com o fim do mundo. Se o mundo acabasse amanhã, qual seria primeira coisa que você faria?

Nada. Ia acabar mesmo. Não adiantaria fazer nada. Se fosse PARCIALMENTE acabar, aí eu pensaria em alguma coisa.

Rapidinhas:


~> Um idioma: Esperanto
~> Um país: Comunidade Europeia
~> Um sentimento: Desapego
~> Um sabor: Framboesa
~> Uma palavra: Tu
~> Um livro: E o vento levou
~> Um fato: A explosão das Torres Gémeas por fundamentalistas

BLOG LITERATURA DE CABEÇA

 
De onde veio a ideia para escrever Interlúdio?

Por questões profissionais viajo muito, numa destas viagens eu estava em Salt Lake City – uma espécie de Vaticano do Mórmons ‐‐, achei numa mesa de um restaurante barato poema que abriu o livro. A garçonete me disse que um homem, um ex- missionário mórmon, vinha aquele restaurante de vez enquanto e escrevia poemas para um outro HOMEM do qual a família o havia separado. A garçonete acrescentou que, além daquele ex-missionário merecer sofrer “na terra” pelo pecado, merecia arder no fogo do inferno. Ela também acabou me contando que, se o tal homem quisesse se “curar” havia uma clínica ali por perto.

Bom, abri uma pagina no MySpace – foi pré facebook – pedindo que pessoas que tivessem enfrentando tal problema entrassem em contado. Eu imaginava que receberia uns dez ou vinte emails. Ledo engano! Um mês depois eu tinha mais de 10 mil páginas, documentos, tinha feito telefonemas etc. O que culminou com uma viagem a Utah e ao Sul do Brasil para pesquisar. Embora no livro não esteja explicitado a história de ninguém em particular, talvez mais de 90% da trama, infelizmente, é verdade. No site do livro anexei alguns documentos e, graças ao YouTube, declarações de vítimas do mormonismo. O livro, no entanto, não tem nada a ver com religião, mostra apenas o drama da separação, da dor sem fim que o abandono produz. Mas, quem tem lido o livro, acha que a mensagem final e muito positiva.

Você acha que ainda existe preconceito na literatura? Ou as pessoas estão prontas para ler um romance sobre duas pessoas homossexuais com o mesmo envolvimento?

Na literatura nunca houve preconceito. Ao contrário, a literatura está sempre na frente. Preconceito, certa restrição, pode existir na literatura panfletária, aquela que quer promover isto ou aquilo. O drama humano, se explorado de uma maneira séria e responsável nada tema a ver com sexo, idade, orientação, raça, crenças.

Acha que a religião tem um grande papel no preconceito, como vimos em Interlúdio?

O fundamentalismo religioso certamente tem. A religião, em si, se for entendida como uma prática individual, não necessariamente. Por exemplo, no meu ‘coração, mantenho viva a ideia da existência de anjos, mas se o meu filho não acreditar em anjos eu jamais o conduziria a uma clínica onde o forçariam a acreditar. Na Europa este é um debate sem fim. No mundo moderno somos responsáveis por “salvar a nossa alma” se for o caso, seitas extremistas como os mórmons mantém os membros dentro de regras de comportamento medievais, o que leva a famílias a rejeitarem qualquer comportamento que fuja ao que dizem os preceitos “revelados”. No Interlúdio o tema abordado foi o tabu da homoafeição num contexto das últimas três décadas, mas poderia ter sido o do racismo (até 1978 os mórmons não dariam a um negro o sacerdócio, os negros era excluídos das atividades dos templos, por exemplo), ou os direitos das mulheres (até hoje os Mórmons pregam que “no Reino Celestial” um homem poderá tomar a si mais de uma esposa, mas uma mulher não poderá tomar mais de um homem.

O ESCRITOR MAÇOM

Há alguma estruturação textual na composição de uma obra literária que se destaca no "gosto" do leitor norte- americano?

Sim. Se um texto estiver mal estruturado não tem chance nem nos EUA, nem em parte alguma. Salvo autopublicação.

Porquê existe tanta dificuldade para publicar uma obra de um autor Brasileiro no Exterior,especificamente no Mercado NorteAmericano?

Estrutura. Falta de profissionalismo no texto. Amadorismo. O mercado norteamericano é muito competitivo. Não é porque o texto e brasileiro, pode ser de qualquer outro americano que não escreva dentro de um determinado padrão. Por exemplo, textos ingleses não têm a menor dificuldade. Nem os alemães. Nem o escandinavos… Claro, para competir, a tradução tem de ser de ótima qualidade.

O futuro dos livros está nos e- reader's?

Também nos ebooks. Claro!
Percebese uma grande quantidade de títulos estrangeiros no Brasil, precisamente norteamericanos.

O Autor Americano escreve melhor?

Comercialmente, pensando no mercado mundial, sim. Cabe aos brasileiros fazerem o mesmo. Escrever bem o bastante para ganhar o mercado americano. Se o texto tiver a mesma qualidade, tenho certeza, as chances serão as mesmas. Não há preconceito de  nacionalidade. Buscase apenas UMA HISTÓRIA BEM ESCRITA.
 
 

nivoo